Pérolas e Porcos
- Marcio Knop
- 18 de jul.
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Muitos porcos não têm nenhuma pérola
Poucos porcos detêm todas as pérolas
As muitas verdadeiras pérolas trancafiam-nas
Frias decadentes torres...
Intrincados baús de sinistro egoísmo...
Outros, poucas escolhem e sob altivo manto
Aos muitos permitem lhes confeccionar reluzentes colares
E sob irônico benevolente jugo os submetem
E ornamentam porcos pescoços com as emporcalhadas pérolas
Às noites, sob as sete chaves das aferrolhadas grades
Sob a proteção de espadas de mil olhos acordados
Exibem-se vaidosos em enlameadas masmorras
E sob nebulosos archotes ofuscados por falsos brilhos
Grunem, fuçam e rolam na fétida lama
Na pecaminosa luz, todos, poucos e muitos, enlameados
Cobiçosamente espreitam-se e confundem-se muitas vezes
E, mil vezes, as candentes pérolas cadentes corrompem...
Mil fuçantes porcos enrolam mais o sinuoso rabo
E continuam caminhando cambaleantes...
Melindrados... Se esfregam... Se arrastam...
Fissuras na fuçada lama...
Acaso do ocaso...
Gerações loucas...
Luzes foscas...
Madrugadas frias...
Arbítrios vazios...
Verdades ôcas...
Trelissas de pó...

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